Evan Médici
Ela se foi.
E eu ainda estou aqui.
Sentado na mesma poltrona onde ela gemeu no meu colo, com as pernas afastadas e o corpo tenso. O silêncio da cobertura pesa como concreto, mas o eco da respiração dela ainda preenche o ambiente. O cheiro do perfume… da pele… do prazer… está impregnado no ar como um sussurro quente que se recusa a ir embora.
Inclino o corpo para frente, os cotovelos nos joelhos, e encaro a palma da minha mão.
A mesma que invadiu o paraíso entre as coxas dela, ainda úmida, ainda brilhando com o gozo dela. Minha respiração falha por um segundo. A imagem do rosto de Irina se contorcendo em prazer toma conta da minha mente. A forma como ela arfava, como dizia meu nome entre os dentes, como implorava sem usar palavras. A boca entreaberta, os olhos turvos, os quadris se movendo contra a minha mão, como se ela tivesse nascido para caber ali, no meu colo, no meu domínio.
Ela gemeu para mim. Na minha sala, no meu colo, sussurrando o meu nome dos seus lábios e gozo