A luz vermelha da câmera acendeu.
Ele estava ali por trás da tela.
Matteo.
Cabelos bagunçados, barba por fazer, a camisa de linho branca entreaberta e o olhar cravado nela como se pudesse atravessar oceanos.
— Boa noite, minha ruiva. — ele disse, a voz arrastada, o timbre baixo. — Estava com saudades do meu inferno particular.
Perséfone sorriu.
O sorriso que começava inocente, mas terminava venenoso. Ela sabia o efeito que causava nele. E ele sabia exatamente como atiçá-la com uma simples frase.
— Eu estava me perguntando… — ela respondeu, passando os dedos lentamente pela lateral do pescoço — …quanto tempo mais você aguentaria sem me ver dançar.
Matteo inclinou o corpo para frente, os olhos semicerrados.
— Você tem ideia do que está fazendo comigo, não tem?
— Tenho. — ela sussurrou, puxando os cabelos ruivos para o lado. — E hoje… vou te fazer implorar.
Ela se afastou da câmera, revelando o cenário preparado especialmente para ele. Luz baixa, uma cadeira ao fundo, uma cortina vermelh