Irina Smith
Ainda estava em mim.
O toque dele, a voz, o calor.
Eu podia jurar que a pele entre as minhas coxas continuava ardendo, como se a mão dele ainda estivesse ali, brincando com a minha sanidade.
A porta da cobertura se fechou atrás de mim, e por um segundo, fiquei parada no corredor silencioso. Senti minhas pernas trêmulas, os joelhos frágeis, como se algo dentro de mim tivesse sido deslocado para sempre.
A máscara dourada ainda cobria meu rosto, mas já não era suficiente para esconder o que eu sentia. O que eu era agora. Meu peito subia e descia de forma descompassada. O coração, um tambor. O corpo… latejando.
Cada passo até o elevador foi como atravessar um campo minado. O eco dos meus saltos no chão frio contrastava com a sensação escaldante entre minhas pernas. Ele me tocou, me viu, me tomou… sem pressa, sem tirar nada de mim e mesmo assim, deixou tudo revirado.
Assim que entrei no elevador, encostei as costas na parede espelhada e fechei os olhos.
— Meu Deus… — sussurre