O pedido de Irina não era uma súplica carnal, era um apelo pela cura, um gesto de coragem. Um pedido silencioso para que alguém, justamente ele, a ajudasse a reconstruir a confiança que fora despedaçada por mãos erradas, em uma noite onde o medo quase calou sua alma.
Evan a encarou em silêncio, e naquele olhar sem palavras, leu tudo: a vulnerabilidade, o receio, o desejo por algo além do corpo. Um desejo por abrigo. Por alguém que não a tocasse como quem toma, mas como quem promete ficar.
E então, ele assentiu sem pressa, com reverência.
A água ainda escorria pelos ombros de Irina quando ele se abaixou e, com a delicadeza de um homem que carrega o mundo nas mãos, a envolveu numa toalha quente e macia. O vapor do banheiro ainda flutuava entre eles, mas havia algo mais quente que a água ali: o cuidado.