O sabor amargo de encontrar Meredith — ou melhor, Clarisse — ainda estava presente na minha boca, como um vinho ruim que insiste em não sumir, eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, o passado bateria na porta, mas não esperava que fosse aqui, hoje... e tão escancaradamente.
Os meus olhos percorriam o salão enquanto minha mão segurava firme a cintura de Briana, ela estava impecável, impecável, não... ela estava deslumbrante, como um anjo que se perdeu e acabou no inferno disfarçado de baile. O vestido moldava cada curva dela, e a máscara apenas acentuava o mistério, deixando os olhos dela — aqueles olhos que agora eram meu vício — ainda mais intensos, mas eu não podia me distrair, não hoje.
O salão era um espetáculo à parte, lustres enormes pendiam do teto, lançando reflexos dourados nas paredes de mármore negro. As mulheres circulavam em vestidos que custavam mais que um carro esportivo, e os homens, em ternos impecáveis, mascarados, cumpriam o protocolo de cordialidade, mesmo que