Nunca pensei que fosse me ver assim. Sentado num jardim, com uma cesta de piquenique nas mãos, nervoso como um moleque antes do primeiro encontro.
Mas ali estava eu, organizando os sanduíches que pedi à cozinheira preparar, conferindo as frutas cortadas, e esperando Anastácia trazer o chá. Tudo para ela. Melinda.
Ela tinha um jeito calmo e ferido de existir, como quem lutava pra respirar e, mesmo assim, sorria para o mundo. Era bonita, sim. Mas não era só isso. Era a forma como ela andava pela casa, tentando se adaptar. Era o jeito que ela escutava os outros com atenção. E como ela cuidava da Briana, mesmo carregando suas próprias dores.
Ela me fazia querer estar por perto. Não por obrigação. Mas porque era leve. Era... verdadeiro.
E por um instante ali, quando nossos rostos se aproximaram e eu pude ver cada detalhe dos olhos dela... eu soube. Se o Don não tivesse chegado naquele exato segundo, eu teria beijado Melinda. E não me arrependeria.
Eu sempre fui muito quieto e focado n