O cheiro de madeira antiga misturado ao perfume de mulheres caras e fumaça de charuto pairava no ar como um lembrete de onde estávamos, no ventre da besta. Um salão esplêndido, exagerado até para os padrões da elite do crime. Don Armando Celestini fazia questão de lembrar a todos, a cada lustre cintilante, a cada nota da orquestra, que ele estava acima. Acima de mim, acima de todos nós.
A minha mão repousava sobre as costas nuas de Briana, guiando-a pela multidão como se eu fosse seu escudo, a mesma caminhava com a leveza de quem não sabia, ao certo, o perigo em que estava mergulhando. Mas o fazia com uma dignidade que me surpreendia, orgulhosa e linda.
O vestido vinho abraçava seu corpo com precisão cruel, um decote elegante, sem ser vulgar, detalhes dourados que reluziam sob a luz, e a máscara, uma obra de arte sobre o rosto de porcelana, deixando entrever sua boca delicada e os olhos brilhantes que já me dominavam, Briana parecia saída de um devaneio, o tipo de visão que faria um h