BRANCA
Cinco horas da manhã Maria me liga chorando e pedindo para me ver.
Eu já estava acordada. Não consegui dormir depois do que aconteceu. Na verdade nem voltei para o quarto onde ele dormia, dormi no outro, completamente envergonhada pelo que fiz.
Com que cara vou olhar Florian?
Ele sabe tudo que fiz.
Preocupada com Maria, e usando-a como desculpa para fugir da vergonha de encarar o homem que agora dorme tranquilo, me troco e saio da casa.
Logo um motorista se oferece para me levar com um segurança. E fica estacionado um pouco distante da casa, de olho. Qualquer sinal de Cristal é só usar um dos números de emergência no meu celular.
Entro na casa e minha amiga está sentada no sofá, com pés encolhidos e cabeça baixa.
— Maria? — chamo sua atenção.
Quando ela levanta a cabeça vejo seus olhos vermelhos de quem chorou bastante.
— O que houve, amiga?
Me aproximo e me sento ao seu lado.
— Só me abraça. Pode ser?
— Claro.
A envolvo com meus braços, sentindo seu corpo magro balançar com o