DENNIS
Meu dilema era ridículo. Qualquer um que soubesse disso riria na minha cara. Eu vinha evitando minha própria funcionária desde aquele dia infeliz, e essa evasão não começou no ambiente de trabalho; me recusei inclusive a tomar os banhos nos dias marcados e, nos momentos em que a fuga parecia impossível, explodia com ela e a repreendia seriamente por questões insignificantes.
O clima, que antes animava a filial do meu bar, se tornara tenso, pois ninguém ousava atrair a minha ira. Todos andavam como se pisassem em ovos, aguardando o instante em que eu finalmente me retirasse para o fim do dia.
Eu não sabia se fazia tudo aquilo por medo de cair novamente na armadilha dela ou simplesmente por vergonha – talvez ambos. Além disso, a constatação de que meu autocontrole não era tão rígido quanto sempre imaginei foi um verdadeiro tapa na cara.
Enquanto folheava as regras do contrato mais recente que estava prestes a assinar com uma academia, ouvi uma batidinha suave na porta.
— Entre. —