Francine abriu a porta de casa com um suspiro longo, ainda ajeitando os fios recém-cortados com a ponta dos dedos.
Mal teve tempo de pousar a bolsa sobre a poltrona quando Adele, que estava acomodada no sofá com uma revista no colo, ergueu os olhos e deixou escapar um grito dramático:
– Mon Dieu! Quem é você? O que fizeram com a minha Francine?
Francine riu sem graça, fechando a porta atrás de si.
– Calma, Adele… sou eu. Só precisei dar um jeitinho no cabelo.
Adele largou a revista de lado e foi até ela, andando em círculos como se examinasse uma obra de arte.
– Um jeitinho? Isso aqui é uma revolução, minha filha! Conta logo o que aconteceu.
Francine suspirou, meio sem saber se ria ou se chorava.
– Foi um acidente no desfile. Acabei com chiclete grudado no cabelo e não tinha como salvar. Tive que correr para o salão… e o resultado foi esse.
Adele arqueou as sobrancelhas, fingindo indignação.
– Chiclete? Mas que mundo é esse em que colam chiclete no cabelo de uma modelo? Essas francesa