Enquanto Francine tentava se estabelecer em Paris, batendo de porta em porta em busca de uma agência, Dorian descobria que viver sem a presença dela era como caminhar em um deserto interminável.
Cada manhã parecia mais árida, cada noite mais longa.
A esperança de reencontrá-la no baile da Montblanc, dali a dois meses, era o único fio que ainda o mantinha focado.
Naquela manhã, sentado à cabeceira da longa mesa de reuniões, ele se esforçava para manter a postura.
Executivos falavam de gráficos, projeções e parcerias, mas nada parecia fixar-se em sua mente.
— Com esse reajuste no câmbio, podemos aumentar a margem de exportação em pelo menos cinco por cento — disse um deles, empolgado.
Dorian assentiu mecanicamente, mas sua atenção já havia se dispersado.
Seus olhos haviam parado no centro da sala, onde, sob um domo de vidro, repousava a máscara que Francine usara no baile que dera início a tudo.
Um detalhe decorativo, colocado ali por iniciativa dele mesmo, que para