Quando os primeiros raios de sol invadiram o galpão, Francine não fazia ideia de quanto tempo tinha dormido.
Só sabia que o corpo doía, o pescoço parecia um nó e a cabeça latejava como se tivesse levado uma surra.
Passou boa parte da noite tentando entender onde estava.
A luz acima dela, forte demais, ofuscava a visão e deixava tudo em volta num breu absoluto.
Nem sombra, nem janela, nem sinal de vida.
Mas conforme o dia amanheceu, alguns filetes de luz começaram a entrar por frestas quase invisíveis nas paredes do galpão.
Aos poucos, o ambiente começou a se revelar: caixas empilhadas, contêineres velhos, poeira suspensa no ar. Cheiro de ferrugem.
Francine respirou fundo, observando cada canto.
Nada que denunciasse onde estava. Nenhuma marca, nenhum nome. As caixas estavam sem identificação.
Ela testou o movimento do pulso, forçando o quanto pode.
O som seco do metal respondeu. Correntes. Presa à cadeira.
Ela olhou pra frente e avistou a mesinha com a tesoura que haviam usado pra amea