O avião em que Dorian estava pousou em Guarulhos antes do sol nascer.
  Ele desceu com o celular já na mão, o rosto tenso, o paletó esquecido no ombro.
  A equipe de segurança da Villeneuve Corp já o esperava na pista, três homens de terno e olhares cansados, já que ninguém dormia direito desde a notícia do sequestro.
 — Carro pronto, senhor — avisou um deles.
 Dorian só assentiu e entrou.
 O trajeto até o prédio do departamento de segurança foi silencioso, interrompido apenas pelo som do teclado do celular.
 No escritório montado às pressas na cidade de São Paulo, telas exibiam mapas, dados de rastreamento, relatórios de operadoras e câmeras de tráfego.
 Um caos organizado.
 — Podem me atualizar o que conseguiram até agora? — pediu, a voz baixa, porém firme.
 Um dos analistas se virou, com olheiras que denunciavam horas intensas de trabalho.
 — Ainda não conseguimos identificar a origem do vídeo, senhor. Foi enviado por uma rede mascarada, e o IP muda a cada trinta segundos.
 Dorian