A porta automática da emergência se abriu com um sopro de ar frio, e a luz branca do hospital atingiu Camila como um estilhaço. Tudo ali parecia mais barulhento que o normal: passos apressados, telefones tocando, carrinhos de medicação deslizando pelo chão encerado.
Mas nada era mais barulhento do que o coração dela.
Ricardo segurava sua mão, os dedos entrelaçados aos dela com força. Ele parecia ter envelhecido uns cinco anos desde a dor repentina no chalé. A angústia estava estampada em cada linha de seu rosto.
— Senta, amor — ele murmurou, guiando-a até uma das cadeiras da recepção.
Camila sentou-se devagar, sentindo outra pressão leve na barriga. Não era dor, não exatamente… mas era o suficiente para que sua respiração falhasse.
Ricardo notou imediatamente.
— Eu vou chamar alguém — ele disse, já se levantando —, fica aqui, eu volto em um segundo.
Ela apenas balançou a cabeça, observando-o caminhar até o balcão de atendimento. O porte dele, normalmente seguro, agora parecia carregad