O chalé parecia outro quando eles voltaram.
Talvez porque a noite tivesse caído, ou porque o hospital deixara um rastro de medo que agora se dissipava aos poucos.
Ou talvez porque, naquela noite, Ricardo e Camila estavam diferentes.
Ele ajudou-a a tirar o casaco, cuidadoso, atento, como se ela fosse feita de vidro.
Camila sorriu de canto.
— Eu estou bem, Ricardo.
— Eu sei… — ele disse, guardando o casaco no cabide. — Mas mesmo assim eu quero cuidar de você.
O jeito como ele disse aquilo mexeu com ela mais do que deveria.
Camila se sentou no sofá, sentindo a respiração enfim voltar ao ritmo normal. Ricardo foi até a cozinha e preparou um chá, como ela gostava: morno, com mel.
Quando voltou, entregou a caneca a ela e ficou ali, parado, observando-a beber.
— Você está me olhando como se eu fosse desaparecer — ela brincou.
Ricardo suspirou, sentando ao lado dela.
— Depois de hoje, eu percebi que qualquer coisa pode acontecer. E… eu não quero perder você.
Camila virou o rosto devagar.
Os o