O mundo além do véu colapsava. Céus fragmentados caíam em espirais, memórias antigas tomavam forma de espectros, e o tempo se torcia sobre si mesmo como um animal ferido. No centro, Miguel e seus aliados enfrentavam a entidade recém-liberta — um ser esquecido pelos deuses e pelos próprios sonhos do mundo.
Seu nome nunca foi dito. Não porque não houvesse um, mas porque as línguas o apagaram. Ele era o esquecimento que sonhava em lembrar.
— Vocês me selaram — disse a criatura, seus olhos invadindo cada um deles com imagens de vidas que nunca viveram. — Usaram os fragmentos da dor para esconder a verdade. Mas agora... agora somos um só.
Elisa gritou, caída de joelhos. Suas mãos tremiam, seus olhos transbordavam ecos da Fratura e da Sombra. Miguel correu até ela, mas ao tocá-la, viu flashes de algo mais: a origem do véu, a criação dos portadores, e um nome enterrado no fundo de tudo — Ímris.
— Ele é o primeiro véu — disse ela com esforço. — A própria essência da divisão. A dor que separou