Ainda ofegante, Miguel tocava com os dedos trêmulos a marca cravada na pedra. Uma coroa feita de espinhos entrelaçados — o símbolo parecia pulsar, mesmo após a dissipação da entidade. Aquilo não era um vestígio qualquer. Era um aviso.
Guardou o desenho em um velho caderno que sempre levava consigo, onde anotava cada caso paranormal. Ao retornar para a cidade, a floresta parecia calada, mas não em paz. Era como se tivesse apenas silenciado por respeito ao que havia sido despertado.
Em casa, espalhou seus registros sobre a mesa. Vasculhou páginas antigas, relatos esquecidos, recortes de jornais. Havia algo ali... ele sentia. E então achou: uma matéria de décadas atrás, amarelada pelo tempo. “Jovens desaparecem em floresta próxima; relatos de rituais sombrios e visões de uma figura coroada.” O símbolo desenhado a mão no canto da matéria era idêntico ao que encontrara.
Aquilo não era novo. Era antigo. Muito antigo.
Miguel procurou por alguém que pudesse ajudá-lo. Foi até D. Lurdes, uma se