Léo nunca buscou a guerra, mas ela sempre o encontrava.
Desde pequeno, crescera nas sombras da violência, em um bairro onde os muros guardavam mais luto do que histórias felizes. Mas Léo tinha algo raro: um coração teimoso, que mesmo diante da escuridão insistia em ver luz. Era o tipo de garoto que protegia os fracos, mesmo apanhando por isso. O tipo de alma que parecia ter nascido para carregar cruzes que não eram suas.
Foi em uma dessas noites de cruzes que ele conheceu Miguel.
Miguel estava ferido, sujo, fugindo de uma criatura que não era deste mundo. Léo poderia ter fechado a porta. Poderia ter fingido não ver. Mas não fez. O acolheu sem perguntar nada, deu-lhe água e uma faca velha que era do seu avô — uma arma que mais tinha valor emocional do que utilidade prática, mas que representava confiança.
A amizade nasceu no silêncio. Cresceu nas batalhas. E se fortaleceu na promessa de que, acontecesse o que acontecesse, Léo estaria ali.
Por isso, quando a última guerra chegou, ele nã