A cidade onde ele dormia não existia em nenhum mapa físico. Era um lugar onde os sonhos se cruzavam com as memórias, uma ruína esquecida que só podia ser acessada por aqueles marcados pelo véu.
Guiados por Elisa, o grupo chegou à entrada de um vilarejo chamado Aramys — abandonado, tomado por mato e silêncio. As casas ainda estavam inteiras, mas havia nelas uma quietude doentia. Como se ninguém houvesse se movido ali por séculos, e ainda assim, cada cômodo guardava o calor de presenças invisíveis.
Valéria passou os dedos pela parede de uma das casas. Sentiu como se a madeira respirasse.
— Esse lugar... — murmurou — está sonhando.
— Não é o lugar. — respondeu Elisa. — É ele. Seus sonhos mantêm tudo isso existindo.
Miguel se virou.
— Então estamos... dentro da mente dele?
Ela assentiu. — Em parte. A cidade é feita de ecos. Sonhos dele, memórias dele, fragmentos dos nossos mundos também. Por isso precisaremos atravessar os labirintos certos.
Léo, como sempre, preferiu agir. Seguiu