O corredor cheirava a desinfetante e ferro frio.
O som dos passos ecoava entre as paredes pálidas do presídio feminino, misturado ao ranger das chaves e ao estalar distante das portas sendo trancadas.
Margaret avançava com passos firmes, o salto ecoando como martelo em mármore, o olhar fixo à frente. O guarda a conduzia, mas ela não precisava de direção — sabia exatamente a quem vinha procurar.
Leonor.
A esposa do patrão da Rachel.
A mulher que, segundo os jornais, havia tentado matar o próprio marido.
E, ironicamente, estava presa no mesmo Estado em que ela — Margaret — ainda lutava para apagar os rastros do passado.
Quando a viram pela primeira vez, Leonor parecia menor.
O uniforme bege, o cabelo preso sem cuidado, o rosto sem maquiagem — nada lembrava a mulher elegante e fria que um dia frequentara as colunas sociais.
Ainda assim, havia algo de altivo nela. O tipo de postura que o orgulho teima em não deixar morrer.