— Ok. Tudo bem ter um gato. Eu que odeio animais de estimação. Ela serra os olhos…
— Não esperava menos de você — devolve ríspida.
Ignoro a grosseria, porque…, impressionante, nunca reparei o tom esverdeado dos olhos dessa mulher, é uma junção fascinante de caramelo com esmeralda. Como se Deus misturasse com as próprias mãos as tonalidades e pincelasse delicadamente nas íris.
Lindos olhos.
— Prossiga.
— Quê?
— Disse que estava no banho.
— Ah, tá!
Meus olhos caem para a marca vermelha sobressalente que pega da orelha direita à sua boca.
— Bateram em você?
— Sim, a gata não parava de miar, então interrompi o banho e fui lançada ao chão assim que abri a porta.
Trinco o maxilar, pego o celular e disco rápido.
— Roubaram alguma coisa? — indago enquanto ouço os toques. Ela deixa a nuca pesar no encosto e respira cansada.
— Não era um assalto, apesar de estarem encapuzados, queriam me amedrontar.