Um acordo entre famílias obrigou meu noivo, Marco Corvini, a se casar comigo. Meus pais já estavam mortos. Mas a verdadeira obsessão dele era Isabella Falcone, a princesa de nossos rivais. No fim, Marco devorou o império da minha família e me lançou aos lobos. Exibia Isabella em seu braço como se fosse um troféu conquistado. Vinte anos depois, eu estava em meu leito de morte. Meu próprio filho — nosso filho — segurava o veneno. Disse que eu era inútil, que seu pai precisava do poder da família Falcone. Então, abri os olhos. Eu havia voltado. De volta ao dia do juramento de sangue. Desta vez, para salvar minha família, não assinei o meu nome no pacto. Assinei o dela. Isabella Falcone. Quanto a mim? Peguei a fortuna que meus pais haviam deixado e desapareci. Desta vez, eu não seria a tola sangrando por um homem que jamais foi meu.
Ler maisNa manhã de Natal, acordei com o som suave das ondas.A luz do sol entrava pelas janelas, quente e reconfortante.Era o Natal mais tranquilo que eu tivera em anos.Sem política familiar, sem gentilezas falsas. Apenas paz pura.Saí para o terraço e encontrei um belo café da manhã posto sobre a mesa.Morangos frescos, croissants quentinhos e uma jarra de aromático café Blue Mountain.— Bom dia, senhora Romano.A governanta, Elena, uma italiana graciosa na casa dos cinquenta anos, se aproximou.— O senhor Dante pediu que preparássemos o café da manhã para você.— Onde ele está? — Perguntei.— Resolvendo alguns assuntos urgentes. — Elena sorriu. — Disse que não queria incomodá-la. Queria que descansasse.Um calor se espalhou pelo meu peito.O Marco da minha vida passada nunca considerou meus sentimentos. Ele me acordava no meio da noite para as chamadas "questões da família".Dante, por outro lado, protegia até o meu sono.À tarde, um Maserati preto parou na entrada da propriedade.D
Depois que Marco foi embora, apoiei-me contra a porta, exausta como nunca antes.Por um segundo, quando ele estava de joelhos, meu coração quase amoleceu.Então lembrei da dor da minha última vida, do olhar frio em seus olhos quando me entregou o veneno, e qualquer piedade que eu pudesse ter desapareceu.Algumas feridas nunca podem ser perdoadas.Na manhã seguinte, tomei uma decisão.— Sarah, reserve um voo para Paris. — Pedi à minha assistente. — Preciso de férias.— Imediatamente, chefe. Quando deseja partir?— O mais rápido possível.Eu precisava sair de Los Angeles por um tempo.A presença de Marco havia envenenado o ar.Eu queria me perder nos corredores do Louvre. Queria estar diante da arte que já havia me salvado uma vez. Queria respirar um ar que não fosse envenenado pela memória dele.Duas horas depois, Sarah voltou com más notícias.— Chefe, isso é estranho. — Disse ela, franzindo a testa. — Todos os voos privados para a Europa foram cancelados. "Problemas técnicos."Meu
— Srta. Romano, a Art Weekly quer fazer uma matéria especial sobre você.Era a semana antes do Natal, e minha galeria era o centro do mundo artístico de Los Angeles.Em apenas quatro meses, a Rebirth já havia faturado vinte milhões de dólares em vendas.Eu finalmente havia provado: não apenas conseguia sobreviver sem Marco Corvini — eu podia prosperar.— Diga a eles que estou livre na próxima semana. — Respondi a Sarah.Enquanto eu arrumava as decorações para a exposição natalina, Sarah correu até mim, pálida.— Chefe, más notícias. — Disse. — Marco Corvini chegou a L.A. ontem.O enfeite de cristal que eu segurava quase escorregou da minha mão.— O quê?— Ele e a esposa grávida estão hospedados no Beverly Hills Hotel. — Continuou Sarah. — Estão dizendo que a família Corvini está com sérios problemas em Chicago.Meu coração disparou.Marco estava em L.A. Com Isabella.— Que tipo de problema? — Perguntei.Sarah abriu um noticiário em seu tablet.— O FBI fez uma batida em vária
— Senhoras e senhores, o leilão desta noite está prestes a começar.Eu estava em um leilão de arte de gala, no maior salão de Los Angeles.Tomava um gole de champanhe enquanto circulava entre os convidados.Como nova dona de galeria, eu precisava fazer conexões.— Srta. Romano, o que acha do Picasso desta noite? — Perguntou William Morgan, um grande colecionador.— Uma obra-prima, sem dúvida. — Respondi, estudando a pintura. — Mas estou mais interessada naquela, logo ali…— Meu Deus, não é a Samara Romano?Uma voz aguda cortou nossa conversa.Virei-me. Isabella Falcone vinha em minha direção, usando um vestido dourado decotado nas costas.O volume evidente sob a seda denunciava: estava pelo menos com quatro meses de gravidez.Algumas socialites de Chicago a acompanhavam, os olhos brilhando de expectativa por escândalo.— Isabella. — Fiz um aceno frio. — Parabéns pelo bebê.Ela acariciou a barriga de forma teatral, um sorriso vitorioso estampado no rosto.— Obrigada. — Disse, a
Saí da mansão sem olhar para trás.Estava acabada com aquele lugar. Acabada com a dor.Seis horas depois, desembarcava em Los Angeles, no LAX.O sol da Califórnia brilhava quente, um mundo distante do cinza gelado de Chicago.Arrastei minha mala e me perdi na multidão.Dessa vez, ninguém viria atrás de mim.Na mente de Marco, eu já estava morta.Três meses de esforço incansável. Agora, minha galeria estava aberta ao público.— Senhoras e senhores, bem-vindos à inauguração da Rebirth Gallery.Eu estava no espaço de arte mais luxuoso de Beverly Hills, olhando para a elite de Los Angeles reunida diante de mim.Cada pintura ali havia sido escolhida por mim — desde trabalhos ousados de novos artistas até coleções inestimáveis de mestres consagrados.— Samara, este lugar está deslumbrante. — Disse Jennifer Walsh, produtora de Hollywood, com uma taça de champanhe na mão. — Você tem um olhar incrível.— Obrigada. — Sorri. — Eu acredito que a arte deve dar esperança às pessoas. Não tirá-l
No exato instante em que os tiros ecoaram, eu vi o instinto verdadeiro de Marco.Ele não se moveu em minha direção.Ele se jogou sobre Isabella, protegendo-a com o corpo, pronto para receber qualquer bala destinada a ela.Não hesitou.Empurrou-me contra a pesada estante de carvalho.Bati com força na madeira, e uma chuva de livros despencou sobre mim.O canto afiado de um deles rasgou meu braço.O sangue floresceu na minha manga de seda branca, uma flor escura e feia.A dor atravessou meu corpo, mas nada se comparava à sensação do meu coração sendo dilacerado.Quando os disparos cessaram, Marco não veio ver como eu estava.Ele verificou Isabella, que tremia em seus braços.— Amor, você está bem? Está ferida? — A voz dele era uma mistura crua de pânico e devoção.— N-não… — Soluçou Isabella. — Marco, eu estava tão assustada…— Não fique. Eu estou aqui. — Ele beijou sua testa. — Nunca vou deixar ninguém te machucar.Nunca vou deixar ninguém te machucar.Esse foi o golpe final. A úl
Último capítulo