Mundo de ficçãoIniciar sessãoDurante cinco anos, Rafael Soares e eu vivemos um relacionamento secreto, em que fui eu quem o seduzia incontáveis vezes. Mas, mesmo quando eu ficava completamente nua diante dele, usando apenas um par de orelhas de coelho, tudo o que ele fazia era me cobrir com um cobertor, com medo de que eu ficasse com frio. Eu acreditava que aquilo era apenas a contenção e o autocontrole de um chefe da máfia, guardando nossa primeira vez para a noite de núpcias. No entanto, um mês antes do casamento, ele reservou em segredo o maior show de fogos de artifício da cidade — não para mim, mas para comemorar o aniversário da sua amiga de infância. Eles se abraçaram diante de todos, cortaram o bolo juntos e, depois, entraram de mãos dadas em um hotel para casais. Ao vê-los saindo juntos na manhã seguinte, compreendi enfim: Rafael não era frio nem reservado — ele simplesmente não me amava. Saindo do hotel, liguei para meus pais: — Pai, o Rafael e eu terminamos. Concordei em me casar com o herdeiro da Família Almeida. Meu pai ficou atônito: — Mas você não era loucamente apaixonada por ele? Por que terminou? — Ouvi dizer que o filho dos Almeida não pode ter filhos... Você sempre quis ter crianças — o que vai fazer se se casar com ele? Meu coração se partiu um pouco mais. — Não tem problema... Podemos adotar quantas crianças quisermos.
Ler maisOlhei para ele, fria e firme.— Rafael, não há mais nada a ser dito entre nós.— Vai embora. E, por favor, não volte a me perturbar.Rafael me fitou com os olhos cheios de súplica.— Elisa, eu sei que errei.— Não vou mais me casar com a Isabela. Agora, só existe você no meu coração.— Me perdoa, por favor?Aquele homem, que um dia foi o "deus inalcançável" da minha juventude, agora parecia um farrapo humano.Nada restava da arrogância que tanto me encantou — diante de mim estava apenas um traidor arrependido, mendigando o que ele mesmo destruiu.Senti o estômago revirar.A lembrança da noite do nosso aniversário — ele e Isabela entrelaçados na cama — voltou com força, me deixando nauseada.Virei o rosto, sem querer sequer olhá-lo, e segurei o braço de Thiago.— Vamos, amor.Rafael, desesperado, deu um passo à frente e agarrou meu pulso.— Elisa, eu te imploro! Me perdoa só desta vez!— Olha aqui! — Mostrou um papel amassado nas mãos. — É o laudo médico da Isabela! Ela nunca teve cânce
Thiago e eu registramos oficialmente nosso casamento — agora éramos, de fato, marido e mulher.Encostada no peito dele, contei tudo sobre o meu passado com Rafael: cada lembrança, cada ferida, sem esconder nada.Thiago me olhou com ternura e um traço de dor nos olhos, e passou os dedos com cuidado sobre a cicatriz no meu braço.— Deve ter doído muito naquela época, não é? — Perguntou baixinho.Assenti de leve, depois balancei a cabeça.— Doeu, sim… mas agora já não dói mais.— Porque eu finalmente deixei Rafael no passado.— E daqui pra frente, vou te amar como você merece.Os olhos de Thiago se encheram de emoção.— Elisa… obrigado.— Obrigado por me dar a chance de te amar.Ele se inclinou e depositou um beijo suave sobre a cicatriz, falando num tom tão doce que quase me fez chorar.— Fique tranquila. Tudo o que você sofreu, eu vou te fazer justiça.— Já mandei resolver o caso da Isabela te acusando de roubo.— Quando o seu braço estiver completamente curado, vou te levar para escolh
Thiago abriu um sorriso suave ao me entregar a caixa que trazia nas mãos:— Escolhi este presente especialmente para você. Espero que goste.— Presente? — Murmurei, surpresa.Quando abri a caixa e vi o que estava ali dentro, meus olhos se arregalaram.Um vestido de veludo branco, rendas florais delicadíssimas e incontáveis cristais minúsculos que faiscavam sob a luz — como um céu estrelado preso ao tecido.Toquei na peça com cuidado:luxuosa, perfeitamente trabalhada… e estranhamente familiar.Foi então que me lembrei:no meu aniversário de dezoito anos, minha mãe me levou a um leilão.Eu tinha me apaixonado por aquele vestido à primeira vista.Mas alguém o arrematou antes de mim.Nunca imaginei que voltaria a vê-lo.— Thiago… como você encontrou isso? — Perguntei, pasma.Ele deu um sorriso curto, cheio de certeza:— Se é algo que você ama, eu dou um jeito.— Então… gostou?Assenti, radiante:— Eu adorei! É maravilhoso!— Mas… como soube que eu queria esse vestido?O olhar dele se suav
Assenti levemente e disse com a voz firme, mas trêmula:— Pai, mãe… o Rafael e eu terminamos.— E hoje é o noivado dele com a Isabela.Um silêncio pesado caiu.Depois de alguns segundos, meu pai soltou um longo suspiro:— Depois de tantos anos juntos, é claro que dói.— Mas o que importa é que você voltou. Isso já me deixa em paz.Ele segurou minha mão com carinho:— Sobre o Thiago… ele gosta mesmo de você. Nós vimos isso. Ele é confiável.Senti a garganta fechar.Me joguei nos braços deles.— Obrigada… — Sussurrei, quase sem voz.O calor daquele abraço parecia curar feridas antigas.Mas não apagava a lembrança de Rafael e Isabela hoje…brindando, sorrindo… recebendo aplausos.Enquanto eu era chamada de ladra.Enquanto ninguém acreditava em mim.As lágrimas caíram sem pedir licença.— Tem muita coisa que nunca contei… — Engoli o choro.— Persegui o Rafael por dois anos, até ele aceitar namorar comigo.— Depois descobri que ele já amava outra pessoa.— A Isabela… sempre foi o amor da vi
Assim que desci do avião, vi duas figuras familiares.— Pai, mãe, vocês… o que estão fazendo aqui? — Perguntei, correndo até eles e lhes dando um abraço bem apertado.Minha mãe apertou meu rosto, com preocupação:— Como você emagreceu tanto? — Ela disse, aflita. — Você não está comendo direito, está?Meu pai passou a mão no meu ombro, emocionado:— O importante é que você voltou. Voltou para casa, é isso que importa.Ele então se virou para o homem ao lado e apresentou:— Ah, Thiago, esta é minha filha, Elisa.Segui o olhar dele e vi um homem de postura impecável — ombros largos, cintura estreita, terno bem ajustado. Traços marcantes: olhos profundos, nariz reto, lábios finos que se curvaram num sorriso gentil.Era o Thiago.Ele estendeu a mão:— Olá, eu sou Thiago. Já ouvi os senhores falarem muito de você. Hoje, finalmente, entendo o porquê.Fiquei um pouco atônita. Então era esse o noivo que meus pais tinham arranjado? Ele, além de tudo, era bonito.Estendi a mão.— Prazer, eu sou E
— Ainda se sente injustiçada? — Rafael soltou uma risada fria, tapando minha boca com força e me arrastando para fora do escritório como se eu fosse um animal morto.Seu aperto era brutal; a palma cobria minha boca com tanta força que parecia querer me sufocar.Dentro do escritório, ouvi a voz de Isabela:— Deixa pra lá. A Elisa provavelmente não fez por mal. Não vale a pena insistir nisso.— Já que estou livre esta tarde, vou oferecer um chá para todo mundo.Com o rosto fechado, Rafael me arrastou até a copa. Parecia exasperado.— Elisa, se você não quer que eu fique noivo da Isabela, é só dizer! — Exclamou. — Mas primeiro você concorda, depois faz birra pedindo demissão e agora ainda rouba um colar? O que é que você quer afinal?— Meus pais gostam muito da Isabela. — Continuou, furioso. — Eles já deram permissão para eu me casar com você, com uma condição: que eu me case com ela primeiro. Quando ela morrer, daqui a dois meses, então eu poderei casar com você!— Nunca te contei isso p





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