Capítulo 12 – Um Inferno Silencioso
(Narrado por Gabriel)
Não dormi.
Nem por um minuto.
Depois que Camila adormeceu em meus braços, com o corpo colado ao meu e o cheiro dela grudado em mim como maldição, eu fiquei ali. Olhando o teto. Lutando com o peso da realidade que insiste em me lembrar que eu não posso me dar ao luxo de querer.
Mas eu quis.
E, pior, eu quero de novo.
Aquela mulher mexe comigo de um jeito que ninguém nunca conseguiu. O problema não é o sexo — por mais insano que tenha sido. Não é o corpo dela, nem o gosto da sua pele, nem o modo como geme meu nome como se fosse a única coisa que existisse no mundo.
O problema é como ela me olha depois. Como se quisesse mais do que eu posso oferecer. Como se visse em mim algo que eu enterrei há muito tempo.
Eu não posso amar de novo.
Porque quando se ama, se perde.
E eu já perdi tudo uma vez.
Desço da cama com cuidado, tentando não acordá-la, ela se mexe, mas continua dormindo. Me visto em silêncio, o coração batendo no peito como