Narrativa em terceira pessoa
Daniel caminhava pela calçada estreita de uma cidade vizinha, vestindo um boné escuro e óculos de lente translúcida. Seu passo era calmo, discreto, como o de qualquer homem comum voltando do mercado. Nada nele chamava atenção. E era exatamente assim que ele queria.
No fundo da mochila, entre uma muda de roupa e um livro antigo de capa dura, estava o HD externo. Pequeno, preto, silencioso. Mas dentro dele... havia poder suficiente para colocar a vida de todos abaixo.
Ele havia deixado a casa de campo sem olhar para trás. Não porque estivesse derrotado — mas porque cada movimento precisava ser feito com cálculo. Aquela saída, aquela queda aparente, era apenas a encenação. Daniel era um ator treinado nas dores da rejeição e na arte do controle.
A primeira jogada já estava feita. O golpe nos arquivos de Camila havia sido certeiro, e mesmo que ninguém ainda tivesse reagido, ele sabia que o estrago viria. Era só esperar o efeito se espalhar como veneno em sangue