— Capítulo 17 —
A carruagem dos Altoviti entrou no pátio com o ruído metálico das rodas sobre o cascalho úmido. O portão fechou-se atrás dela, e por um instante a casa pareceu conter a respiração. Giovanna desceu primeiro, recomposta, comentando em meia voz como os criados dos Tornabuoni “não sabiam mais lustrar prata como convém”. Arthur veio em seguida, sem pressa, e apenas um olhar atento perceberia que não era cansaço o que lhe vincava a fronte — era cálculo silencioso.
O mordomo abriu a porta, e o vestíbulo recebeu-os com o perfume limpo da cera e o brilho das lamparinas. No alto da escadaria, Magnólia aguardava, serena como figura de tela: a postura ereta, o vestido simples de casa, e nos olhos um brilho que, para quem a conhecia, era sinal certo de perguntas.
— Foram bem recebidos? — indagou ela, descendo dois degraus, como quem toca água com a ponta dos dedos.
— Com a formalidade de sempre — respondeu Arthur, tirando as luvas. — Tornabuoni continua senhor de sua casa.
Giovanna