Assim que conseguimos sair do salão, minhas pernas pareciam ganhar vida própria. Eu e Keven disparamos pelos corredores até virar uma esquina mais afastada. Quando achei que já estávamos longe o bastante, parei de repente. Ele quase esbarrou em mim.
Keven recuou um passo, rindo como se a cena toda tivesse sido o clímax de um filme.
— Isso foi demais! Você mandou muito bem! — disse ele, ainda com o peito arfando de tanto correr. — Nem acredito que passamos pelos seus pais assim, especialmente pelo seu pai.
Soltei uma risada nervosa, agora que a adrenalina começava a baixar.
— Também não achei que fosse dar certo, confesso.
Keven riu comigo, repetindo a frase que tinha usado mais cedo com um tom debochado:
— “Eu só quero que ela seja feliz.” — E fez uma pausa teatral.
Aquilo me fez rir alto, daquele tipo de riso que sai quando a tensão se desfaz.
— Se você fosse um número… — brinquei, pegando leve no sarcasmo. — Seria o namorado perfeito.
Ele me olhou, inclinando levemente a cabeça,