Belly sentiu o peso da coisa como se tivesse engolido uma série inteira de culpabilidades em dose dupla: vira-lata de amizade, organizadora de caos e agora cupido involuntária com consciência pesada. Ela se trancou por cinco minutos no lavabo do quarto de noiva e repetiu, em voz baixa, o que o coração dela já sabia:
— Eu não posso deixar eles se estragarem por minha causa.
A decisão era tão clara quanto um roteiro de comédia romântica — e tão prática quanto um plano de casamento: se a vida te dá limões, dá-lhes uma taça de espumante e um microfone. Só que Belly, dessa vez, preferia usar artimanhas mais sutis que discursos públicos. Um grande discurso podia até reparar danos, mas também podia desdobrar humilhações. Ela queria consertar as coisas antes que alguém abrisse a palavra “verdade” no microfone.
Saiu do lavabo com a expressão de quem já tinha traçado um mapa. No corredor, passou pelo planner, que conversava com um técnico de som, e lhes deu um sorriso de quem sabe pedir favores