Em seu quarto, Natália se olhava no espelho, sentada em frente a penteadeira. O coração descompassado. Uma noiva deveria estar feliz com a chegada do tão sonhado dia, mas ela estava com o coração angustiado, não sabia o que sentia. Os sentimentos eram confusos demais para entender.
Olhou para o vestido de noiva pendurado delicadamente em um cabide e no puff, o véu e as joias que pertenceram à mãe de Fernando. Ela lembrou do quadro na sala de jantar, do sorriso sereno e dos olhos que transmitiam o amor de quem o viveu intensamente em tão pouco tempo.
Amália entrou devagar, batendo de leve à porta.
— Posso entrar, filha?
— Claro, mamãe. — Natália sorriu de leve, mas o cansaço e a apreensão eram visíveis em seu olhar.
Amália se aproximou e a puxou para sentarem na cama.
— Quanta coisa mudou, não é? — disse Amália por fim, olhando em volta. — Parece que foi ontem que eu te via correndo descalça por entre a lavoura de café. E agora... amanhã você vai se casar.
Natália abaixou os olhos.
—