— Por que não? Somos noivos. Logo será minha esposa. Não há nada de errado em eu querer... estar perto.
Ela desviou o olhar, sentindo o coração acelerar.
— Não é tão simples.
Fernando estendeu a mão e tocou de leve o braço dela, os dedos deslizando até alcançar sua mão. O gesto foi firme, mas sem violência.
— Está fugindo de mim, Natália? Ou está fugindo de si mesma?
Natália puxou a mão suavemente, tentando recuperar o fôlego.
— Eu não fujo... só não quero me enganar.
Ele soltou uma risada curta, quase amarga.
— Enganar-se? Eu lhe dou tudo. Uma vida de luxo, esta fazenda, até uma égua que é raridade. Diga, o que mais falta?
— Liberdade. — ela respondeu sem pensar, olhando-o nos olhos pela primeira vez.
O silêncio que se seguiu foi denso. Fernando a encarou, e por um instante o orgulho habitual cedeu lugar a algo mais sombrio. Não respondeu de imediato, apenas aproximou o rosto, tão perto que Natália sentiu a respiração dele.
— Talvez... você não perceba, Natália. — disse, num suss