Na manhã seguinte, logo após o café, Fernando chamou Natália para acompanhá-lo até os estábulos. Ela estranhou o convite, ainda mais porque, desde o passeio a cavalo com Carlos, não havia mais montado.
Ao se aproximarem, Natália sentiu o cheiro característico de feno e couro. Os cavalos relinchavam suavemente, agitados pela movimentação. Fernando caminhava à frente, com aquele ar de quem preparava uma surpresa.
Pararam diante de uma das baias mais espaçosas. Quando a porta foi aberta, Natália prendeu a respiração. Lá dentro, uma égua de pelagem castanho-dourada reluzia sob a luz da manhã. O porte era altivo, os olhos vivos e dóceis, a crina escovada caindo em ondas sobre o pescoço musculoso.
Fernando a observava em silêncio, como quem avaliava a reação. Depois falou, com um tom firme mas quase solene:
— Esta é Aurora. Égua de linhagem rara, tão especial quanto Imperador. — deu um leve sorriso. — Pensei que merecia ter uma companheira de montaria à altura.
Natália deu um passo à frente