Capítulo 115
Ezequiel Costa Júnior
— Fica aqui com elas. — murmurei para Mariana, meu olhar direcionado pra rua — Cuida da tua irmã, Iris. Eu vou dar uma volta no quarteirão, sentir o ar… ou o cheiro do perigo.
Ela só assentiu, os olhos alertas e os ombros rígidos como quem sabia que eu só dizia isso quando o sangue me avisava que vinha tempestade.
Voltei pro carro. Os dois que estavam no veículo de apoio já tinham ido na frente, seguindo minha ordem. Cruzei a esquina com o motor baixo, quase em ponto morto. Quando virei a última rua, vi: estavam cercando um homem perto da calçada. Bem vestido demais para o bairro, cercado demais pra ser só coincidência.
Estacionei. Saí do carro com passos firmes. Meus homens estavam armados, mas ninguém tinha puxado o gatilho ainda. O estranho mantinha a compostura, mesmo com a tensão no ar. Tenho a impressão de já tê-lo visto.
— Por que estão me segurando? — a voz dele saiu fria, mas calculada. — Eu posso perder a paciência e decidir