Capítulo 19
Ezequiel Costa Júnior
Ela segurava a sacolinha como se fosse um tesouro. Seus olhos brilhavam com uma mistura de nostalgia e ternura, e eu já conseguia sentir o gosto da vitória. Aquilo tinha que ser o sinal. O sinal de que ela estava começando a me enxergar. De que podia, finalmente, me amar.
— Você conhece quem me deu esse presente? — ela perguntou com a voz suave, quase infantil.
— E se eu disser que sim? — provoquei, encostando o cotovelo na mesa, sorrindo.
Ela riu, e aquilo foi como um raio de sol em meio a uma tempestade.
— Nossa! Jura? Eu não acredito! Você conhece o Papai Noel?
Sorri de canto, esperando mais, esperando que ela dissesse algo como “eu sabia que era você” ou “sempre desconfiei”. Mas não. Mariana respirou fundo e continuou:
— Sabe, Ezequiel... aquele homem... aquele Papai Noel... ele olhava pra mim de um jeito diferente. Não era com malícia, nem com pena. Não sei explicar, mas aqueles olhos me davam paz. Uma paz que eu nunca tive