Capítulo 18
Ezequiel Costa Júnior
Ainda parado na porta, sem saber ao certo o que fazer, fiquei olhando pro corredor por onde ela sumiu. Aquele abraço... foi real. Foi dela. Pela primeira vez ela me tocou sem medo, sem obrigação, sem ser empurrada pelas circunstâncias. Só... veio. E aquilo me desmontou por dentro. A Mariana que vi ali não era a menina assustada que se escondia atrás da doutora, nem a mulher teimosa que tentou fugir de mim. Era alguém que queria me alcançar, mesmo que ainda com medo.
Fechei a porta devagar, como se o barulho pudesse quebrar aquele momento que ainda vibrava no meu peito. Ela aceitou almoçar comigo.
Deitei, mas o sono não veio. Fiquei encarando o teto, revirando tudo na cabeça. Como um simples toque, uma simples aproximação, podia mexer tanto comigo? Eu, Ezequiel, Don de uma das famílias mais temidas, rendido por um gesto frágil de confiança. Sorri sozinho. Mal sabia ela que aquele toque valia mais que qualquer jura de lealdade que já receb