Abri a porta lateral da casa e deixei que ela passasse primeiro. O vento trouxe consigo o cheiro salgado do mar, mais forte agora, misturado ao frescor da manhã. Observei o modo como os olhos dela se estreitaram diante da claridade, como seus passos hesitaram quando a areia macia rangeu sob seus sapatos.
Ela ergueu o olhar, e eu vi a exata fração de segundo em que a ficha caiu. O mar se estendia à frente, azul profundo, com ondas quebrando preguiçosamente na praia particular. Ao fundo, as casas elegantes e discretas denunciavam o cenário: Hamptons.
A respiração dela ficou mais curta, mas não disse nada de imediato. Apenas percorreu o horizonte com os olhos, absorvendo cada detalhe.
— Hamptons — ela murmurou, enfim, como se a palavra tivesse gosto amargo na boca.
Assenti levemente, sem a menor intenção de negar.
— Eu te deixo ir embora, Liza — falei, a voz baixa, mas firme. Cada palavra pesada, medida. — Você pode ir. Se essa for a sua vontade, eu te deixo em paz.
Dei um passo e