Eliza desceu as escadas usando um dos vestidos que estavam no armário, e bastou um único olhar para perceber que ele caía exatamente como eu havia imaginado quando mandei escolher cada peça. Os cabelos, ainda úmidos do banho, caíam soltos sobre os ombros, exalando o perfume que sempre me desestabilizava, mesmo que eu jamais deixasse transparecer.
Cada passo dela parecia calculado, não pela insegurança, mas pelo desafio silencioso. Ela não estava apenas atravessando a sala — estava atravessando o território do inimigo com a cabeça erguida, como se me lembrasse de que ainda tinha controle sobre si mesma.
Mantive o olhar fixo, observando-a se aproximar. Ela podia não dizer nada, mas o silêncio falava mais alto que qualquer provocação: ela estava disposta a transformar até a minha própria casa em um campo de batalha. E eu, claro, não tinha intenção de recuar.
Quando ela parou diante da mesa, fiz um gesto simples para que se sentasse. A mesa estava posta com café fresco, frutas, pães, ovos