Minha mente estava um caos. Meus sentimentos, uma bagunça. E no meio disso tudo, meu orgulho tentava manter alguma ordem, mesmo que precária.
Era como se eu estivesse travando uma guerra silenciosa — entre o que eu sentia e o que eu permitia sentir.
Eu havia transado com o meu ex-marido.
Dizer isso em voz alta seria impossível. Parecia uma falha estratégica. Um retrocesso emocional. Um tropeço de proporções absurdas.
No início, eu tentei encenar o papel da mulher que bebeu demais. Aquela que perdeu o timing de ir embora, que ficou por conveniência, por conforto… por distração. Quase consegui convencer a mim mesma.
Mas a verdade… a verdade é que não havia nada de distraído naquela noite. Cada toque, cada palavra não dita, cada silêncio entre nós carregava anos de história mal resolvida. E quando percebi, já era tarde demais pra fingir que aquela entrega foi superficial.
Não foi.
Eu me entreguei por inteiro.
Como se aquele quarto tivesse sido construído para nos despedaçar e nos reunir