— Essas joias são raras, meu caro amigo, Nathaniel. — disse Elliot, com aquele sotaque arrastado e polido que ele usava como se fosse uma joia a ser exibida também. — Não estamos falando apenas de beleza. Estamos falando de poder.
Assenti com um leve movimento de cabeça, mas não tirei os olhos da pedra bruta sobre a mesa. Estávamos no andar superior do centro de convenções, longe do brilho controlado das vitrines e das lentes dos fotógrafos. Ali, não havia tapeçarias vermelhas nem sorrisos de coquetel apenas cifras, favores e o tipo de promessas que nunca são ditas em voz alta.
Enquanto no andar de baixo a exposição seguia impecável, com luzes bem posicionadas refletindo sobre diamantes lapidados e gargantilhas milionárias, ali em cima aconteciam as negociações silenciosas. Pedras ainda não lapidadas, algumas recém-saídas do garimpo, circulavam entre empresários que sabiam onde pisar e onde não deixar rastros.
— O leilão do dia anterior… — Elliot continuou, girando o copo de uísque n