O relógio digital da cozinha marcava 8h15 quando os passos firmes de Ethan ecoaram no corredor de madeira, rompendo o silêncio da manhã como o som de um trovão elegante e decidido. Ele surgiu com a pasta de couro em uma das mãos e o blazer pendurado no antebraço. Os cabelos ainda úmidos do banho caíam de forma perfeitamente desalinhada — como se até o caos natural nele tivesse uma lógica de charme.
A camisa branca, impecavelmente ajustada, moldava os ombros largos e o peito firme com provocante sobriedade. As mangas dobradas até os antebraços deixavam à mostra os músculos sutis e o relógio de couro escuro, discreto e sofisticado. A calça social completava o conjunto com uma elegância que parecia escolhida a dedo para atiçar os sentidos. Mas o que mais chamava atenção, ainda antes de qualquer palavra, era o perfume amadeirado que anunciava sua presença. Era como se o ambiente inteiro o reconhecesse antes mesmo dos olhos o encontrarem.
Helen estava na cozinha. Apoiada no balcão, uma xíc