O carro deslizava pelas ruas da cidade com as luzes refletindo nos vidros, como se a noite quisesse conversar com eles. Ethan dirigia com uma mão no volante, a outra firme sobre a coxa de Helen, entrelaçando os dedos com os dela, mesmo que ela já estivesse meio adormecida. O corpo dela estava relaxado, mas o rosto ainda carregava traços de uma batalha interna.
Do banco do passageiro, ela resmungava em voz baixa. Palavras desconexas que só faziam sentido para quem a conhecia muito bem.
— Ethan… você… arrogante… gosta mesmo de me deixar doida — murmurou, com os olhos fechados e um sorriso bêbado nos lábios.
Ele sorriu. Um daqueles sorrisos que poucos viam. O tipo que mostrava uma rendição sem palavras. Porque apesar de tudo, apesar das brigas, da confusão, da bagunça dos sentimentos… ela ainda era a única capaz de fazer seu mundo desacelerar.
— E você ainda acha que sou o perigoso da história — murmurou ele, mais para si mesmo, enquanto fazia a curva rumo ao prédio onde moravam.
Ao esta