A porta se fechou atrás dela com um estrondo que ressoou como o próprio fim do mundo. O vestido molhado colava ao corpo, pesado como a humilhação que a corroía por dentro. A maquiagem desfeita escorria pelo rosto em linhas tortas, transformando Miranda em um retrato grotesco de dor e fúria.
Ela cambaleou até o carro, jogando-se no banco do motorista com um grito sufocado. Bateu no volante com força, uma, duas, três vezes, até os nós dos dedos ficarem vermelhos. A raiva explodia dentro dela como fogo preso, e o nome de Helen se repetia em sua cabeça como uma maldição.
— Helen… Helen… Helen… — sussurrava, com os dentes cerrados. — Sempre ela. Sempre a maldita Helen.
Ligou o carro em um movimento abrupto, quase atropelando um ciclista que desviou a tempo, xingando alto. Ela nem ouviu. Os olhos estavam fixos na estrada, mas o destino não importava. Podia ser o inferno. Desde que ela arrastasse Helen com ela, valeria a pena.
Parou horas depois em frente ao prédio antigo onde morava. Entrou