Depois, ficamos em silêncio. Apenas nossos corpos entrelaçados, suados, cansados e, ainda assim, tão vivos. Deito sobre seu peito, ouvindo o som do seu coração, como se fosse o único som que importa no mundo.
Bennet me segura forte, como se eu pudesse desaparecer. Seus dedos passeiam distraídos pela minha pele, como se ainda estivessem tentando acreditar que estou aqui, real, deitada sobre seu peito. Meu ouvido repousa sobre o som de seu coração. O ritmo lento. Profundo. Familiar.
— Você realmente está aqui — ele murmura. — Eu quase não consigo acreditar.
— E eu nunca fui embora — respondo. — Mesmo quando tentei.
Ele ri baixinho, mas seu riso é cheio de dor. A mão dele segura a minha, entrelaçando nossos dedos como se precisasse de um elo físico para acreditar que ainda estamos conectados.
— Você cheira tão bem... — ele sussurra. — Como jasmim à noite. Como verão prestes a chover.
Fecho os olhos. Uma lágrima escorre. Eu nem sei mais se é tristeza ou gratidão. Talvez as duas coisas.
El