Me levanto com cuidado, vestindo de volta o sari que havia escorregado ao chão. A seda ainda guarda o perfume dele. Ainda tem o calor de nossas memórias.
Vou até a janela e abro levemente a cortina.
Lá fora, o céu começa a clarear. Um tom rosa-pálido invade o horizonte, dissolvendo a escuridão da madrugada. Pássaros já se movimentam entre as árvores, como se o mundo estivesse dizendo: “a vida continua, mesmo quando dói”.
Respiro fundo e fecho os olhos.
Quando volto para a cama, Bennet desperta lentamente. Vira o rosto em minha direção, os olhos ainda inchados de sono, mas atentos.
— Você acordou cedo — ele murmura, com a voz rouca e linda.
— Não consegui dormir de novo — respondo, sentando na beirada da cama. — Fiquei te olhando.
— Isso me assusta ou me lisonjeia?
Dou uma risada baixa, mas não respondo. Ele se ergue devagar, apoiando-se nos cotovelos, e percebo que faz uma leve careta, como se um incômodo tivesse atravessado seu corpo. Mas ele disfarça. Como sempre fez.
— Você está be