E então, ele faz algo que me paralisa.
Seus dedos tocam minha clavícula direita, no ponto exato onde o osso se sobressai da pele. Um gesto quase imperceptível, mas que meu corpo reconhece antes mesmo da minha mente. Abro os olhos num sobressalto e o vejo ali, hipnotizado, seguindo com os dedos um caminho lento e reverente pelo meu colo. Tão leve, tão suave, que mal sinto o toque… mas meu corpo inteiro arde.
Os dedos escorregam, deslizando sobre o volume dos meus seios, que sobem e descem no mesmo ritmo descompassado da minha respiração. Depois, repousam no meu ombro esquerdo, fazendo círculos lentos e precisos, como se ele estivesse acordando algo em mim. Então sua mão sobe para minha nuca. E eu estremeço.
Aquele gesto.
Aquele maldito e maravilhoso gesto.
Ele sempre fazia isso antes de me beijar como se o mundo estivesse acabando. Antes de me despir devagar, de me amar como se meu corpo fosse um altar sagrado.
— Você é tão linda — ele sussurra, com a voz embargada, quase chorando. — E