O tempo dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva se arrasta como uma lesma sonolenta. Você olha para o relógio esperando minutos se transformarem em horas, mas ele mal avançou. E assim, mais uma vez, você volta para o vazio da espera.
Hoje se completam quatro dias desde que entrei neste limbo.
Sem TV, sem celular, e até mesmo o velho livro que sempre me acompanhava está proibido aqui. Meu único fiel companheiro é o monitor cardíaco, seu som constante e ritmado me lembra, segundo a segundo, que o coração de Niyati ainda bate, apesar de tudo. Minha filha não acorda desde a cirurgia e não responde como esperado aos medicamentos, uma angústia que pesa em toda nossa família... e também na família de Bennet.
Abigail e Conrad ainda têm acesso livre, mas não cuidam mais dos remédios ou dos prontuários. Eles não falam direito comigo; eu respeito a raiva e a dor que sentem, e fico em silêncio quando os vejo passar para visitar minha pequena. Kabir aparece várias vezes ao dia, ficando apenas a