Ela me olha confusa, o belo rosto anguloso franzido pela incompreensão.
— O que houve? — pergunta, tentando se aproximar, mas dou outro passo para trás. — Eu fiz algo errado?
Tento conter o impulso de dizer tudo o que o filho dela me fez. Não posso. Preciso respirar. Preciso pensar. Endireito a postura.
— Foi só um mal-estar. Me desculpe — respondo, com a voz mais grave do que o normal.
— Não pareceu.
— Sinto muito, não quero parecer indelicada, mas preciso ir. Meu marido está me esperando, deve estar preocupado.
— Ah... — ela recua, parecendo magoada. — Nos vemos amanhã, então?
— Sim, claro. — respondo, já saindo do banheiro, evitando encontrar seu olhar.
Sigo pelo corredor da esquerda, decidida a não voltar ao teatro. Não posso correr o risco de esbarrar com Bennet. Envio uma mensagem a Kabir, dizendo que não estou me sentindo bem e que irei esperá-lo na biblioteca.
Sento na mesa mais afastada, abro um livro qualquer apenas para manter as aparências.
Mas minha mente está em um turbi