Os ventos frios que cortavam os jardins da mansão Sokolov naquela manhã de agosto não conseguiam apagar o calor crescente dentro da casa. Não por causa de aquecedores, mas pela tensão que pairava sobre cada canto, cada corredor, cada olhar trocado entre os moradores e os seguranças. A data se aproximava.
Faltavam poucos dias para o aniversário de um ano de Benjamin.
Mesmo com Sergei morto as ameaças não sessaram, a família Sokolov tem muitos inimigos, o aniversário de Benjamin trazia muitos risco.
E para Amélia, aquilo significava muito mais do que uma comemoração.
Significava que seu filho havia sobrevivido. Que ela mesma havia sobrevivido. Que nenhum mal, por mais cruel que fosse, havia sido suficiente para destruí-la. Mas também significava vulnerabilidade. Reunir pessoas, expor a família, se distrair — era tudo o que um inimigo esperaria. E ela não seria pega desprevenida de novo.
Agora ela iria entrar de frente qualquer que fosse o perigo.
Amélia estava no campo de tiro atrás