Elara ficou parada por alguns segundos depois que a porta se fechou atrás de Leon. O apartamento parecia maior do que era, como se tivesse eco demais, silêncio demais, verdades demais escondidas entre as paredes.
Ela precisava respirar. Precisava se recompor. Precisava… pensar.
Mas pensar era exatamente o que estava lhe destruindo.
Foi até a cozinha, tomou um copo d’água, apoiou as mãos na bancada e tentou se lembrar do que era viver sem sentir o chão tremendo sob seus pés.
O celular vibrou.
KAEL: Cheguei em casa. Me avise se precisar de qualquer coisa.
Qualquer coisa.
A frase que deveria soar reconfortante, mas que agora só deixava o peito dela mais apertado.
Leon ainda estava magoado. Kael estava tentando provar que podia mudar.
E ela estava presa entre dois homens que, por razões diferentes, tocavam partes diferentes de quem ela era.
Quando achou que conseguiria finalmente descansar, o interfone tocou.
Ela congelou.
Ninguém avisaria tão tarde — a não ser que fosse importante.
— Alô