O corredor parecia respirar junto com ela—lento, pesado, hostil.
Elara ficou imóvel por alguns segundos, ouvindo apenas o próprio coração batendo forte demais. A porta ainda vibrava levemente da última batida, e a campainha ecoava em sua memória como um aviso que não desaparecia.
Ela apertou o celular nas mãos.
As mensagens de Kael e Leon piscavam na tela.
Kael subindo.
Leon vindo.
E alguém desconhecido… esperando do lado de fora.
A sensação de estar sendo observada, que havia começado na rua, agora se tornava quase física.
Elara recuou até a sala e apagou todas as luzes, deixando apenas a claridade fraca da cidade entrando pelas frestas das cortinas. Seu corpo agia sozinho, guiado pelo instinto primário de sobrevivência.
Outro passo no corredor.
Mais perto.
Ela segurou o ar.
A sombra passou por debaixo da porta.
Devagar.
Como se estivesse analisando… medindo… avaliando.
Elara deu mais um passo para trás.
A maçaneta se mexeu.
Ela sufocou um grito e pressionou o celular contra o peito.