A manhã seguinte chegou rápido demais.
Elara acordou antes do despertador, com o corpo imóvel e a mente em turbulência. Era como se ainda estivesse presa no instante entre Kael e Leon — dois mundos diferentes, complementares e impossíveis de conciliar.
Por alguns minutos, ela ficou ali, encarando o teto, tentando organizar pensamentos que se recusavam a obedecer.
Mas não havia ordem para o que sentia.
Não quando cada passo, cada respiração, parecia empurrá-la mais fundo em algo que ela não sabia se podia controlar.
Depois de um banho longo e quase terapêutico, vestiu-se com uma precisão cuidadosa demais — como se arrumar fosse uma forma de construir coragem.
Ou uma armadura.
Quando chegou ao edifício, seu crachá mal encostou no sensor e já sentiu olhares. Sussurros. Movimentos rápidos. Uma energia estranha no ar.
Algo estava diferente.
E ela percebeu o motivo no instante em que passou pela recepção.
Kael.
Ele estava lá.
Não em movimento, não apressado — mas parado, como se